Dicas Úteis
» No ato da compra.
Pesquise os preços de carros usados, pois eles costumam variar muito, O modelo, a cor, o ano de fabricação, a quilometragem rodada, a quantidade de revisões efetuadas e a existência de opcionais devem ser considerados na hora da negociação de valores. Se for pagar à vista, peça desconto!
Lembre-se: o que vale é o ano-modelo, e não o ano de fabricação. Este último só tem efeito para o pagamento anual do IPVA.
Importante: a compra de um veículo diretamente de outra pessoa (no caso, particular), de acordo com o Código do Defesa do Consumidor, não constitui uma relação de consumo, já que a pessoa física não é considerada um fornecedor habitual. Adquirindo o carro em lojas ou concessionárias, o comprador pode contar com uma garantia legal (prevista pelo código) de 90 dias sobre eventuais defeitos que vierem ocorrer no veículo.
» Checando os documentos.
Com alguns anúncios e anotações à mão, vá ver os carros de seu interesse. O melhor é começar as suas visitas logo cedo, pela manhã. Geralmente, quem levanta tarde acaba perdendo os melhores negócios. Ao chegar ao local onde o veículo está, verifique se as informações contidas no anúncio conferem com as do carro.
Verifique a autenticidade dos documentos. Confira os números do chassi, da placa (cidade de emplacamento), o nome do proprietário, o tipo de combustível, etc. Desconfie de cópias de documentos, mesmo que sejam autenticadas por órgãos de trânsito.
Veja no documento se existe alguma advertência, como Alienação Fiduciária, Reserva de Domínio... Quando um carro é financiado, ele pertence a financeira e só passa ao nome do comprador após a quitação de todas as prestações. Essa condição vem escrita no Certificado de Registro. A expressão Sem Reserva indica que não há pendências e permite a transferência definitiva da propriedade do veículo.
Atenção: modificações na potência do motor, no combustível, cor da pintura, carroceria ou equipamentos precisam estar devidamente homologados no Detran e devem constar no documento do veículo. O novo Código de Trânsito Brasileiro prevê uma série de restrições e punições nesse sentido. Fique atento!
Peça o documento do carro e verifique se o recibo já está assinado. Se estiver redobre sua atenção. Pela legislação atual esse documento só pode ser assinado em cartório, pelo atual dono, no ato do reconhecimento da assinatura. Esse recibo deverá ser autenticado e entregue ao Departamento de Trânsito para a transferência da documentação. O novo proprietário tem 30 dias para fazer essa transferência.
Após à compra, tire duas cópias autenticadas do recibo já assinado e com firma reconhecida. Fique com uma delas para recorrer de eventuais infrações cometidas pelo proprietário anterior antes da data da venda. Envie a outra cópia para o Detran. Com o sistema de pontuação negativa do novo Código Brasileiro de Trânsito, é importante comunicar a transação e a mudança de proprietário ao órgão.
» Detalhes do carro.
Inspecionando a lataria
Examine o carro à luz do dia (evite vê-lo à noite ou em dias de chuva). Locais fechados (como garagem) ou escuros escondem os defeitos na carroceria, como uma funilaria malfeita ou eventuais colisões.
Fique atento para ondulações e pequenos amassados na lataria: existindo diferenças nas quinas de capô, folgas irregulares entre capô, portas e tampa de porta-malas e a lataria é bem provável que o carro tenha sido batido.
Olhe o perfil lateral da carroceria à procura de depressões e deformações. Verifique o alinhamento dos eixos: veja se todas as quatro rodas mantêm distâncias semelhantes em relação às abas e parte superior dos pára-lamas.
Veja se os eixos estão perpendiculares à carroceria. Um desalinhamento pode significar que o veículo já sofreu um acidente mais grave. Essa verificação é mais fácil de ser feita com o carro em movimento, pedindo para alguém segui-lo com outro veículo.
Bolha na pintura é sinal de ferrugem. Procure por sinais de ferrugem nas grelhas de ar junto ao capô, debaixo das borrachas de vedação de capo, portas e do porta-malas, nas calhas, e também na parte inferior de pára-lamas, batentes, portas e tampas.
Bata na lataria, observando a diferença de som, para descobrir pontos com massa plástica. Ou passe um imã encoberto com um pano sobre os locais suspeitos. Na lata, o imã vai aderir firmemente. Se houver massa plástica em alguns pontos, o imã se desprenderá.
Pintura muito brilhante indica que o carro foi polido ou pintado para disfarçar possíveis amassados. Procure por manchas de tinta nova. Fique atento às diferenças de tons, brilho excessivo ou respingos de tinta em frisos, borrachas ou partes da carroceria.
Confira se as portas, porta-malas e o capô estão fechando corretamente e se encaixam perfeitamente nos batentes quando trancados. Se estiverem fora de nível ou de esquadro, encostando demasiadamente nas laterais, podem indicar que o carro já foi batido.
Teste os amortecedores balançando o carro pelos pára-lamas. Jogue todo o peso do corpo sobre as mãos, pressionando-o para baixo e solte rapidamente. Se a carroceria balançar duas ou três vezes, em seqüência, é porque os amortecedores já estão vencidos.
Desgaste irregular nos pneus pode indicar desalinhamento de direção ou da suspensão (provocado por empenamento de bandejas ou desgaste excessivo das buchas) ou ainda falta de balanceamento das rodas (aros excessivamente amassados ou fora de centro).
Teste em movimento
Motor
Ligue o motor e deixe-o aquecer. Dê algumas aceleradas bruscas e observe os ruídos. Batidas metálicas fortes podem indicar folgas ou desgaste excessivo de componentes móveis internos e que o motor tem algum sério problema interno.
Enquanto estiver acelerando, verifique se sai fumaça do escapamento. Depois olhe o bocal do escape. Cano de escapamento sujo de óleo ou soltando muita fumaça é sinal de que há vazamento interno de óleo ou que o motor está no fim de sua vida útil.
Teste a compressão do motor, descendo uma ladeira com o veículo em primeira marcha, sem acelerar. Se a vedação dos anéis dos cilindros estiver boa, o carro vai manter uma velocidade uniforme, sempre reduzida (segurando o veículo).
Câmbio
Teste o câmbio trocando cada uma das marchas para ver se não ocorrem arranhões ou dificuldades nos engates. Marchas escapando com o carro em movimento é sinal de que as engrenagens e/ou o anel sincronizado estão avariados ou desgastados.
Freios
Dê algumas freadas para verificar o estado dos freios. Se a direção puxar para o lado, o volante trepidar ou surgir ruído metálico durante a frenagem é sinal de que há deficiências nos freios. Pedal de freio muito duro é sinal de problema no sistema hidrovácuo.
Direção
Rodando em linha reta e em asfalto plano, solte rapidamente o volante com o carro em movimento. Se a direção puxar para um dos lados pode ser que o sistema esteja desalinhado. Volante trepidando em velocidade elevada indica falta de balanceamento.
Com o carro parado ou em movimento e as rodas em linha reta, movimente o volante suavemente de um lado para outro. Folga excessiva compromete a dirigibilidade e estabilidade direcional do veículo.
Vazamentos
Fique atento a manchas de água ou óleo no chão. Com o capo aberto, olhe o motor por cima à procura de sinais de óleo. Ele costuma vazar nos selos do bloco do motor, juntas do cabeçote, da transmissão (todas graves), do cárter, tampa de válvulas e do diferencial.
Sistema de refrigeração
Com o motor frio, verifique a coloração da água do radiador ou do reservatório de expansão. Sinal de ferrugem indica descuido com a manutenção do carro e sinal de óleo pode revelar que o lubrificante contaminou o sistema de refrigeração.
Procure também por sinais de vazamento de água no chão, no bloco do motor, bomba de água, braçadeiras e mangueiras. Perda repentina de água pode fazer o motor superaquecer ou queimar junta de cabeçote de uma hora para outra.
Olhando o carro por dentro
Confira se o velocímetro bate com a quilometragem declarada, olhando o manual do proprietário e a etiqueta da troca do óleo. Também dá para se ter uma ideia melhor sobre a idade real do carro pelo estado dos bancos, desgaste de tapetes, pedais e pneus.
Ao sentar-se veja se os bancos estão rasgados, afundados ou soltos - sinais de veículo que já está muito rodado -, o que pode comprometer a segurança e causar acidentes.
Verifique se todos os comandos estão funcionando corretamente: faróis, limpadores de pára-brisa, desembaçador, pisca-pisca, luzes de freio e ré, buzina, velocímetro, pisca-alerta, marcador de temperatura e outros equipamentos.
Veja também o funcionamento e/ou o estado de espelhos retrovisores, pára-choques, lanternas, iluminação da placa e freio de estacionamento,
Levante os tapetes para ver o assoalho. Marcas de ferrugem, água ou umidade no piso podem indicar problemas de má vedação nas borrachas de vidros e portas ou buracos no assoalho. Piso enferrujado ou esburacado pode colocar em risco a segurança do veiculo.
Confira se o carro tem todos os equipamentos obrigatórios exigidos por lei (extintor de incêndio, macaco, triângulo de sinalização, chave de fenda e de roda, cintos de segurança ou estepe) e o seu estado de conservação.
Verifique também o estado e o funcionamento dos equipamentos opcionais, tais como condicionador de ar, direção hidráulica, vidros, travas, espelhos e desembaçador elétricos, aparelho de som, limpador de vidro traseiro e etc.